REDES
SOCIAIS OU CILADA
Sandra Freire
“É
muito mais difícil matar um fantasma do que matar uma realidade”
Virgínia Woolf
Conhecer
alguém na rede. Começar uma amizade. Cair para o lado sentimental, sem nenhuma
dose de realidade, só fotos, que vão direto ao imaginário. E, no imaginário é
montada a alegoria – tudo que se empresta àquela foto nos agrada. Mensagens
trocadas; músicas e vídeos compartilhados. A aura de romantismo é envolvente;
aquele argumento passa a compartilhar nossas vidas e acaba soando como um
compromisso assumido.
Nada mais
incoerente.
Durante o
processo não nos damos conta da cilada que representa essa mise en scene.
Afeiçoar-se
a alguém impossibilita outras afeições. Emprestar qualidades a esse alguém faz
com que se estabeleçam comparações com outro alguém. É o imaginário contra o
real. Luta desigual.
A ubiquidade
é negada aos humanos, portanto... Se estamos cá fisicamente e lá,
sentimentalmente, onde nos sentimos afinal?
Ah, Virgínia Wolf “A vida é como um sonho é o
despertar que nos mata”.
Mas queremos despertar.
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