Sandra Freire
É preciso exorcizar nossos demônios ou eles continuarão no
controle de nossas vidas. Experiências passadas devem ficar no passado. Quando terminamos
de ler um livro, o fechamos e passamos ao seguinte. Por melhor que tenha sido a
leitura, em algum momento, podemos nos surpreender com algo melhor ainda.
É fato que os demônios sejam resistentes. Estão em nós como
se fossem indissociáveis; ditam regras; escolhem ou rejeitam outras pessoas;
fazem comparações e ocupam um lugar que não lhes pertence mais.
Tentamos sufocar nossas carências preenchendo o tempo com
mecanismos que só servem para nos distanciar de um convívio social - o que
poderia ser bastante saudável. Já estamos atravessando um período de
afastamento, que só facilita o equívoco nas escolhas (?) sentimentais. Daí
aquela inquietude do eterno “Será que...” E, se não for?”.
E ainda nos surpreendemos com tantos desencontros. Já estamos
esquecidos de que os encontros se davam num cruzamento de olhares, um sorriso e
o indisfarçável constrangimento que delatava uma atração. Isso é
insubstituível.