terça-feira, 10 de maio de 2022

 

AUSENCIA

Não é difícil conviver com uma ausência, mas é quase impossível viver sem ela.

Aquela pessoa que você não vê, mas sabe que existe, pode surgir a qualquer momento.

 É real.

 Talvez sua ausência seja mais benéfica do que sua presença, mas está em algum lugar.

A crueldade de a morte consiste em nos privar até de a ausência. É o nada.

 É a certeza de o nunca mais.

 É como se fossemos proibidos de sonhar.

 Pode-se sonhar com uma criação, com alguém distante, com alguém que se quer ter,

 mas não com alguém que se foi, porque não existe mais.

Quando se perde alguém importante, é preciso reaprender a viver. É preciso querer.

 Tudo e todos à volta perdem a importância. Como repor alguém?

 Qual o remédio para a dor de a perda? O tempo? E o que vai restar de nós após esse tempo?

 Quanto tempo?

A ferida vai fechar. Mas a cicatriz vai desaparecer?