Sandra Freire
Infinitas vezes nos ocorre entrar em lugares sem nos darmos conta de que estamos entrando em um verdadeiro túnel do tempo.
Infinitas vezes nos ocorre entrar em lugares sem nos darmos conta de que estamos entrando em um verdadeiro túnel do tempo.
Sentamos em cadeiras que foram ocupadas por pessoas que deixaram sua marca na história. Não paramos para usufruir da aura de intelectualidade, carisma e genialidade que impregna o lugar, quando bastaria deixar o pensamento e o olhar vagarem e absorver o que está a volta.
Grandes romances nasceram e foram escritos nos cafés por aí afora. Os ambientes sofisticados onde escritores, poetas, sonhadores, senhoras e senhoritas bem trajados, com ar etéreo, se postavam sós ou acompanhados diante de uma chávena de chá para matar o tempo, divagar, escrever, ler, se abstrair, travar conhecimento ao entregar um lencinho "acidentalmente" caido ao chão.
Não avaliamos a dádiva de poder freqüentar o lugar onde Chiquinha Gonzaga, Machado de assis, Olavo Bilac__que tem placa na entrada da confeitaria__. Presidentes, poetas, a rainha Elizabeth__ quando veio em 1968__, o poeta Emílio de Menezes que escrevia poesia a lápis nas mesas de mármore e tantos mais...
Só que hoje, não há mais tempo para abstrações diante de um café. A pressa não nos permite voltar no tempo, mesmo nesse ambiente que vale por uma terapia intensiva, relaxante...
Uma verdadeira massagem na alma!