terça-feira, 7 de dezembro de 2021

NADA MAIS BELO

 

NADA MAIS BELO

Que a experiência não vivida

Que a flor que não abriu

Que a música interrompida

Que a festa perdida

Que o lugar não visto

Que o sonho não realizado

Que o livro não escrito

Que as palavras não ditas

NADA MAIS TRISTE

Quando não há mais o que sonhar

Que o quê se foi logo ao chegar

Que a morte da flor logo após florescer

Que a musica não esquecida

Que a festa quando finda

Que o lugar que não existe mais

Que o livro em branco

Por não ter o quê ser escrito

A VIDA

 

A VIDA

Sandra Freire

É fato que a vida não tem mesmo imaginação. Ela se repete o tempo todo. Mais sem imaginação do que a vida são as pessoas. Isso, sim, é surpreendente. Mesmo quando acontece tudo igual, as pessoas esperam que o final seja diferente.

Como?

Se todos os ingredientes são para um bolo de laranja, o produto final será bolo de laranja!!!

Por que então esperar que seja torta de chocolate?

No fim, o X da questão é a vaidade de cada um. É o comigo vai ser diferente. São as juras de um com as lágrimas de outro. Quando ainda jovens, o filho do conserta casamento- tem tantos e há tanto que até já deram netos, bisnetos... -; os desejos de um realizados pelo outro (pecador). Com ou sem mais um filho, a tragédia se repete.

O homem é uma eterna criança. Está sempre em busca de liberdade. Quando pequeno tenta se libertar da mãe. Afasta-se dela com passos inseguros, corre, cai e volta correndo em busca de proteção. Quando adulto, substitui a mãe pela mulher, mas continua a eterna busca. Mas, se estamos condenados a ser livres (Sartre), por que não aprendemos ainda a lidar com a liberdade? Embora haja conflito entre liberdade e proteção – proteção significa sujeição, que é o oposto de liberdade –, por que o ser humano necessita dos dois?

Será nisso que os relacionamentos abertos apostam? Haverá liberdade com proteção; idas e vindas sem danos; coração que se divide e se restaura e...?