“Ninguém
nasce em família, país ou lugar que não lhe seja destinado pelo Karma”.
Buda
Em 2017, emigraram duas vezes mais brasileiros que em 2014.
A intenção da maioria é, ou era, imigrar. Mas, faz parte de a nossa cultura a
desinformação. Primeiro experimentamos. Se não der certo ,quando muito, lemos
as instruções. Não se lê mais que o título de qualquer coisa. Preferimos
perguntar, quase sempre, às pessoas erradas.
A insegurança está assustadora. Melhor abandonar o barco que
lutar por ele. Afinal, tudo que ele nos deu, como família, amigos, educação,
oportunidades e meios financeiros para deixá-lo, não é mais do que obrigação de
o Estado para com seus cidadãos.
Desprezamos a corrupção, os políticos, os vizinhos, os
chefes etc. Esquecemos que, ao menos uma vez na vida já fomos corrompidos e/ou
tentamos corromper alguém. Que os políticos têm sido eleitos e reeleitos pelo
povo – e que fazemos parte dele-; os vizinhos também se queixam de nós e por aí
vai...
Sair “disso aqui” e
adentrar o paraíso, seja aonde for. O paraíso da vez é Portugal. Sabe-se que lá
o idioma oficial é o mesmo que o nosso. Mas, quais as leis que regem os
direitos dos imigrantes? Filhos de brasileiros nascidos lá têm os mesmos
direitos que os portugueses? E os pais? Se a situação se apresentar, lá se
vê...
A situação política de o país é boa? Qual o histórico de
seus governantes? A economia vai bem? Seus rendimentos brasileiros vão
acompanhar o custo de vida, ora em euros? Trabalhar é fácil? A remuneração é a
mesma que a de um nativo? Lembra o caso médio recente de dentistas?
Não há muito com que se preocupar. Afinal não é como nos
Estados Unidos, onde aquele nascido ali, ou filho de americano nascido seja
aonde for –um dos pais é o suficiente-, é americano; pertence ao país. Ah, na
Itália tem semelhanças –só que admite a dupla nacionalidade. Mas pode piorar;
na Suíça, dependendo da situação de permanência dos pais no país, são apátridas
mesmo! Assunto vasto e complicado.
XENOFOBIA
Em 2013, de acordo com dados do Itamaraty, morreram 112
brasileiros por mês no exterior, sendo o suicídio, causado pela solidão e
depressão, uma das causas.
Segundo uma brasileira que mora na Sicília, Itália, nesta
semana, mais duas brasileiras cometeram suicídio. E ressalva “Estamos no outono
e os dias sem sol ainda não chegaram”. O frio incomoda, mas a falta de calor
(humano) é cruel. “Não temos tantos amigos. (...) É muita diferença para tanta
indiferença”.
Mas, que graça teria o paraíso se não existisse o inferno?