AUSENCIA
Não é difícil conviver com uma
ausência, mas é quase impossível viver sem ela.
Aquela pessoa que você não vê, mas sabe que existe, pode surgir a qualquer momento.
É real.
Talvez sua ausência seja mais benéfica do que
sua presença, mas está em algum lugar.
A crueldade de a morte consiste em nos privar até de a ausência. É o nada.
É a certeza de o nunca mais.
É como se fossemos proibidos de sonhar.
Pode-se sonhar com uma criação, com alguém distante, com alguém que se quer ter,
mas não com alguém que se foi,
porque não existe mais.
Quando se perde alguém importante, é preciso reaprender a viver. É preciso querer.
Tudo e todos à volta perdem a importância. Como repor alguém?
Qual o remédio para a dor de a perda? O tempo? E o que vai restar de nós após esse tempo?
Quanto
tempo?
A ferida vai
fechar. Mas a cicatriz vai desaparecer?
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